mamusia
mundo horizontal, eu gosto de deitar a cabeça na mesa ao lado do prato do almoço que terminei. a gominha de limão suspensa pendendo pra dentro da água do copo de vidro arranhado, e através dele, ela em uma miniatura, cabendo dentro do copo, o vestido bége e o braço gordo. a mesa suspira e descansa quando apóio meu sono nela, e eu imagino que o aroma da madeira não se perdeu, mas se transformou no cheiro do almoço brasileiro. e ela personificada respira e pulsa [mesmo morta] no mesmo ritmo que eu, ainda viva, pulso. quando estou longe da madeira da mesa, descanso na madeira do chão, e nele crio as raízes eternas da minha vida primitiva. enquanto penso isso, Mamusia olha pra mim e vê a filha-madeira em carne e osso olhando pra ela de uma dualidade confusa e pessoal absurdamente humana.
2 Comments:
Você tá escrevendo muito bem, Nika!
Não te liguei pq fiquei doente=/
Você já foi pra Polônia?
=*
9:29 AM
tá escrevendo mto bem mesmo.
puxa, e vc atualiza com uma certa freqüência, preciso ficar mais atento!
5:46 PM
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