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posts aleatórios sem tópicos específicos ou muita mirabolanticidade. papos sem fundo. bem-vindos! (comentem!)

quarta-feira, agosto 16, 2006

brilho de criança, que pára de brilhar quando nos esquecemos de tudo aquilo que é verdadeiro em nós

jogar video-game é realmente incrível. vc pode morrer o tanto que for, sempre terá mais uma chance de passar daquela fase e ficar tudo bem. eu nunca zerei nenhum jogo, nem real, nem eletrônico, nem da vida, nem dos sete pecados, nem da batatinha-um-dois-três, nem resta-um, nada. claro q nunca vi problema em nada disso afinal isso nem importa tanto cnotanto q vc continue feliz. mas acontece q tem momentos em q aquilo deixa de ser uma opção... aí é quando tudo fica ruim. vc simplesmente quer porque quer passar daquela fase, simplesmente pq foi pra isso q ela foi feita: pra ser passada. e é tão elementar que nunca nem me toquei q um dia ia me encontrar em desespero por eu nda conseguir superar.

quando criança eu era um meio-gênio: canhota, aprendi a escrever aos quatro anos e até os seis (quando entrei pra escola) escrevia tudo de trás pra frente e com as letras invertidas... como num espelho. aos quatro anos demonstrei fenomenal facilidade pra música. eu reconhecia todas as notas de ouvido, acordes, passagens, sabia dizer quando tinha algo de errado com a escala, com o rítimo, aquilo tudo era tão óbvio pra mim quanto as letras q eu escrevia. eu era fluente bilingue desde sempre e nunca entendi porque riam de mim quando eu dizia q meu irmão usava calcinha, já q em polonês só existe um termo pra calcinha e cueca.

e ao mesmo tempo eu era tudo aquilo que eu podia ser mas com as pessoas erradas, talvez...: eu n entendia pq as minhas amigas matavam com gosto ou desgosto todos os insetos que viam pela frente mesmo quando eu pedia pra tomar cuidado com o bichinho ali, ou pq elas n sentiam admiração pelas folhas de diversos formatos e cores q caíam secas das árvores. eu n entendia por que elas me provocavam tanto só por eu nunca perceber quando me sacaneavam. tb n sabia pq aquele menino irritante da minha sala da primeira série adorava me mostrar machucados aleatórios (já que ele os tinha aos montes) e dizer q era culpa minha. n entendia como o eduardo podia ser tão metido. ou como as pessoas podiam receber troco a mais da cantina do Marista e não devolver. ou como podiam ensinar na escola que nós somos racionais e os demais animais, irracionais.

eu nunca entendi nada na verdade. ao mesmo tempo q só tirava 9,5 e 10 no boletim da escola, eu tirava 0 em sociabilidade e introsamento ou facilidade de ser aceita em um grupo. e ainda assim eu amava todos tão estupidamente. acho q eu nasci sim com algumas virtudes... n sei de onde elas vieram ou se eu algum dia já as realmente tive ou se era tudo uma visão de criança. só sei q esse amor pela vida me completava. o dia q mamae me contou quem era Madre teresa de Calcutá e eu pensei como pode ela ter coragem de chegar perto de leprosos (a mim era inconcebível a idéia de uma pessoa q perdia os membros assim do nada. eu imaginava tudo muito cômico. sem sangue. ou dor. mas o nojo era grande.) e lembro q depois eu pensei "aqui está algo q devo aprender a superar".

aos meus quatro anos, meus pais adotaram um gatinho recém-nascido da rua, completamente por acaso. n era possivel ainda distinguir o sexo. chamamos ele de Malinka. fomos ao veteriário e ele fez balançar a cabeça e diZer "duvido que ele vá sobreviver. tá muito doente e demasiadamente novo pra tar longe da mãe". mas como diz a música do Renato Russo, n ouça os podres q os outros dizem. e eu realmente acredito q a gnt faz nosso caminho... ou q plo menos pode mudar ele. e assim foi. mudamos um curso q ainda n tava traçado. minha mãe fez papel de mãe dava mamadeirinha a ele com leite quentinho todo feito pra ele n ter diarréias aos montes.. meu maninho fazia papel de papai, talvez: meio ausente mas quando presente, era só chamego. e eu fiz papel de tudo aq tinha direito: irmãzinha em quem ele podia bater arranhar dilacerar fazer sangrar, descontador de raiva e/ou energia, consolo, lugar na cama... o gatinho virou um saudável gato amarelo macho. chamamos ele de Felix. mas no dia-a-dia é "Felush", no diminutivo. um temperamental imprevisível que parecia me amar em nada. e eu simplesmente... não tinha outro mundo, se nao com ele. aprendi todas as técnicas de luta com um gato! e bom, quatro anos... é mais ou menos a idade-limite de memória. hoje, n lembro da vida sem ele.

e assim eu vivi, subindo em árvores pra comer jamelão, goiaba verde, manga verde.. com aquele meu cabelo desgrenhado acinzentado e invisível, meus vestidos simples. a primeira vez q pisei na grama descalço. a primeira vez q senti muito muito medo: quando a vizinha invadiu a nossa casa gritando e eu me escondi no banheiro quietinha. quando fiquei presa no elevador pela primeira vez. quando fiz minha primeira aula de natação e a professora fez questão de falar das minhas coxas gordas em contraste com todo o resto. quando na polonia vi meu irmão brincando de pique-esconde com a Maggie e ele se escondeu no teto do banheiro, escalando as paredes. quando aprendi a escalar também :) quando aprendi outras coisas também, inclusive a gostar da nat, minha prima escrotinha.

aos seis, meu primeiro cachorro. uma collie a quem demos o nome de Kalina. cresceu em uma desobediente, mimada, uma orelha dobrada e a outra não feito vira-lata, escandalosa e seletiva. essa realmente nunca me amou, mas isso também n importa tanto assim.
e ainda aos seis, minha primeira apresentação de piano numa escola.

aos sete, segunda série. ballet. taboada (ai, q desgraça). meu primeiro boletim de ocorrência, por eu ter chegado atrasada na aula por culpa da Rafaela, q tinha pedido pr aeu segurar sua lancheira enquanto ela dava cambalhotas no "corrimão" q cercava a quadra. meu primeiro melhor amigo humano. inteligente, desenhava bem, escrevia bonito (eu copiava TUDO do caderno dele, até a combinação de cores e desenhos ao longo da página) (isso tb é uma marca fortissima em mim: eu copio tudo, e bem.), e era tão meio, bonzinho e simpático. aí foi meu primeiro amor também, eu acho. He!

oito. terceira serie. a vinda de um garoto gordinho que ria muito, e falava palavras engrassadíssimas. bebia suco de caixinha e adorava seguir o henrique. Flávio! e aquele garoto q antes eu achara tão metido, continuava muito muito metido, mas ele adorava mexer no meu cabelo compridíssimo e loiro preso em trança. Dudu!
e minha melhor amiga, Aninha ia embora no fim do ano e eu só voltaria a reencontrá-la hoje, no ceub e no orkut.


n sei se foi antes dos oito, ou se foi aos oito anos q tive meu primeiro professor de piano q n fosse a mamae: professor da faculdade de música de cracóvia, prof. Lukowicz. que eu amei tanto, por tao pouco tempo... ele morreu um ano depois deu ter começado com ele. e embora n percebesse como sentia falta dele, nos anos q se seguiriam ele voltaria em meus sonhos e lembranças e eu choraria por ele como por alguem muito próximo.

nove anos, meu primeiro concurso: sao paulo. terceiro lugar. fiquei tao nervosa na peça do villa-lobos, o cravo e a rosa, e fiquei sem graça pq tinha um competidora q tb ia tocar ela, e ela era alta e esnobe. ela n errou nada. mas eu toquei o bártok, alem de original, único na sala, era de nivel muito alto e eu toquei com tudo. minha mae disse que foi incrivel, que as palmas foram muitas e fortes. terceiro lugar foi um premio muito triste pro momento. e n sei porque mas n lembro de absolutamente nada fora a menina esnobe q n ganhou nenhum premio e o menino de oito anos q ficou em primeiro lugar, e a minha inveja da medalha de ouro q balançava no pescoço dele.
foi muito mais um dia triste do que um feliz. e por mais que me digam q foi lindo meu sentimento infantil de tanto atrás ainda fere. lembro q a melhor colocação foi de alguma mulher que nem sei mais quem era que viu minha tristeza e disse qeu tinha direito de ficar triste se só tivessem participado do concurso três competidores... mas como tinham sido muitos, eu ficara entre os tres que superaram todo aquele monte.

dez. quinta série. turno da manha pela primeira vez na vida! minha primeira recuperação. meu segundo amor. meu pior ano, n lembro direito porque. só lembro que eu conheci a geanna e senti raiva da lissa e da martha e da gabriela que fingiam ser amigas dela e falavam mal pelas costas... gege tb, toda ingenua.
meu segundo professor de piano. aluno daquele que já tinha morrido. é meio q o ápice da minha carreira juvenil pianística, eu diria. ele confia tanto em mim e cada dia me passa mais e mais coisas e exige mais e mais e eh meio q uma loucura uma vontade desenfreada dele de me ver lá em cima e a minha vontade de só ir pela inércia de estar indo.

onze. definitivamente meu segundo e grande amor. uma nova amiga.. henrique no exterior. aaaahhhhhh t´tudo invertido!

doze. sétima serie? melhor ano da vida. primeiro beijo. e tb foi quando ganhei minha melhor amiga de presente assim do nada, como quem anda na rua e chuta a calçada por acidente, mas no ato acha uma nota de 100 reais. tipo isso. com muitos vários baques entre ela e eu e meus amigos mas também tudo aquilo q me permitia ser eu mesma. sentir-se livre! um completo oposto meu me complementando de todas as formas possiveis. todas as comicidades, coincidências e sonhos, lá, só pra gente.
treze, quase uma continuação do melhor ano da vida. um processo, eu n os separo, e como tudo q é bom, teve seu ápice aqui, quando eu fiquei mais amiga de todo mundo e fazia quase tudo como queria.

quatorze?
"lu, eu n quero ter quatorze anos..... buéééééééééééé!"
teve lá seus momentos, sim. foi o maior trauma da minha vida. talvez o ano que eu mais tenha mudado. mas foi também uma daquelas épocas em q eu perdi a identidade. meu irmão se foi. a lu se foi. não no sentido morte. mas no começo aquela coisa louca de choro toda a hora, a confusão. como as coisas podem se permitir acabar na melhor das épocas? como assim de repente eu n tenho mais a lu aqui na escola? a gente era sombra uma da outra! como assim de repente eu sou filha única? meu irmão, talvez a maior preciosidade da minha vida, se foi. e n tem essa de "a gnt c ve daqui a uns meses" pq o caralho das circunsâncias faz da diferença não poucos meses, mas toda uma mudança de atitude, de vida de pensamento... de tudo. aí eu já não era mais nem do Mi nem da Lu. Foi o ano em q eu fiquei longe do henrique do flávio e do eduardo ao mesmo tempo. q porra. aí foi quando eu fiz novos amigos como a Lika e o Gabri e o Muxi.. principalmente, e tb qnd conheci a Bella. e outro supostos amigos. tive lá umas experiencias novas... eu acho. eu só queria virar telespectadora da vida pq eu n queria mais fazer tanto parte do enredo. foi muito uma época de superação. um choque e só.
ah é. minha primeira cicatriz. meu primeiro acidente de skate q me marcaria e me deixaria cautelosa demais, impedindo-me de progredir. mas enfim. foi assim q eu fiquei amiga d mta gnt =] tipo a lei.
primeiro ano da vida sem recuperação, rá! aí eu conheci o léu =]

eu nunca tive quinze anos. n sei bem pq. meu ainda segundo grande amor soube.

dezesseis. hahahaha nem te conto. é tanta coisa. tudo tudo tudo tudo diferente. um novo professor, do caraalhooooo. dessa vez um brasileiro, de goiânia. e até agora, só tem mudado meu piano pra melhor. e o resto da vida... uau! meio q voltou tudo. eu já era melhor amiga do henrique e do flávio e do muxi então, nem falo! da bella muito tb. skate, video-game, a bella passando das fases, os recreios com o muxi, as aulas com o he e a gnt falado de tudo assim mó proximos.. e sei lá. emoção de tar viva. aí tb eu e a lu tavamos proximas pakas ainda, começamos com o Caderno q eh uma história do caralho; mas aí... acho q foi qnd todos ficamos diferentes uns dos outros. isso enriqueceu por um lado. pelo outro, n sei bem.

hm
q merda
n me sinto mais bem escrevendo. acho q vou parar

ainda mais pq eu n consigo acreditar que hoje já tenho dezessete e q eu n fiz nada daquilo q eu sonhava aos dezesseis...

e como tá tudo... errado pra mim.
certo pros outros, eu acho.