um esboço
sinto tudo, apesar de dizer que nao sinto, que sou fria, que me adapto bem, que sou indiferente e nasci para viver só (nasci perfeita pra essa vida individial). tudo eh uma grande loucura patética. realmente sinto tudo muito bem, vejo tudo, ouço tudo, tenho tudo, aqui, no mais microscopico dos meus poros, e da mesma forma que me entram todas essas particulas de mundo , eu as devolvo ao mundo já nikamente processadas e reanimadas. de mim, a capacidade de ver e sentir tudo muito colorido ou cinza, ou nada ou tudo, sempre bastante exagerado como deveria ser eternamente essa vida. mas acontece que a vida nao eh eterna, e os momentos também nao o são, mas nao sei pq eu nasci desse jeito teimoso e iludido que acredita veementemente que os momentos são eternos apresar de pontuais mas continuos , e que o tempo não tem limites, enquanto algo estaá para ser feito, mesmo que tarde. mas eh uma bela duma mentira que eu conto a cada célula minha e com cada química repetida que eu reenvio às minhas células, um vício emocional que me mata e me nutre. eu amo muito forte e eu entristeco muito forte tambem. acho nasci para o amor, mas sinto que o amor que nasceu pro mundo não eh o que nasceria melhor para mim. daí que eu amo esquisito, sem saber, sem ver. e choro e machuco sempre que gosto muito, e não eh decepção ou desilusão eu me fazer de fria. se meu amor nao tem como refletir de volta do mundo para mim, eu me fecho em silêncio e inércia (louvada seja ela tb). a música me distrai, as lembranças (meus pesadelos) nunca me deixam, eu vivo no passado agarrada a fantasmas, triste porque passaram , e viro ao presente e só vejo o futuro também em lembranças e entristeçõ novamente pq tudo no fim nao passa de uma linda lembrança. os momentos sao meus só enquanto imortalizados nas cicatrizes q eu mesma provoco na minha alma. nao sou (nao quero ser) um espírito que nasceu e renasceu z vezes pra aprender ou ser punido pelos x acontecimentos de todas susas vidas. o meu desejo é morrer pra nunca mais voltar aqui, viver essa vida como a ultima, pq ninguem merece iludir e ser iludido tanto por algo que no fim vai começar tudo de novo (com uma grande ilusão de abertura), so q tod difernete. e não há diferença entre acreditar que as coisas são coincidência ou destino, pq os fatos não mudam, o q muda eh a forma q vc conformar da merda ou não merda que é sua vida. ela q na verdade eh uma grande maravilha tirando mais da metade dos dias multiplicados por dois, que eh a parte ruim. *não nasci para escrever romances- pq como diz a luciana eu me convenço de uma coisa e desisto (ou esqueco que me convenci) em cinco minutos. * fraca. pq nao tenho vontade de ganhar, nao quero perder também mas sou tão conformada na perda que simplesmente deixo tudo ir caminhando de mim aos meus olhos cheios de lagrimas de gelo. não adianta ser ingenua ou natural ou espontanea ou corajosa nao adianta pq da ingenuidade se aproveitam da naturalidade se afastam da espontaneidade mal-usam e à coragem se curvam ou se unem por ganância. nessa vida tem que ser hipócrita, raso e simples. não há espaço pros pensamentso sem pé nem cabeça ou textos sem contexto. não vale dizer nada nem fazer nada. não tem porquê olhar o teto, não é pra ser olhado, que diabos!, não tem nada lá. mas aí está a graça. eh exatamente nas coisas que diz-se não estarem lá é q está toda a merda da vida!: no sorriso banguela maravilhoso que vc me deu e que eu enxerguei zilhões de pensamentos na descarga eletrica que te levou a isso; na porra do teto de concreto manchado pela umidade do ar que estão os cachorros dinossauros rostos e paisagens minhas que me incitam a nunca parar de imaginar; a minha peluda orelhuda babante coitada tão velha, que ainda insiste em me mostrar o mundo de cabeça para baixo; e no mundo que grita com todas as letras que ele é sim redondo e que o céu é o teto do mundo e que a lua cresce e descresce de acordo com o tanto de queijo que ela come; naquela musica que eu toco q o santo do chopin tirou do mundo atravéz das particulas que entraram no corpo dele e foram chopinamente remoldadas à perfeição. lá está a explicação do mundo. ou aqui, melhor dizer. aqui, no único queixo que eu jamais vou conseguir ver sem um espelho, no cabelo que me esclarece ao mundo, na alma que eu não tenho ainda bem definida e na maçã entalda no meu esôfago que dá o fabuloso aroma de devaneio ao pomar que não existe. na minha percepção de mundo tão sozinha, tão clara.
tão sozinha de novo.