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posts aleatórios sem tópicos específicos ou muita mirabolanticidade. papos sem fundo. bem-vindos! (comentem!)

quarta-feira, maio 21, 2008

Guarulhos, sala do Diners Club International

hm.
obrigada,
lu,
muxi e bella,
afonso e fofo,
luci,
marcos (q me fez chorar de novo),
flávio e ricardo,
rique,
[pedro , paulo e mateus... hehe]
e todos que sei q pensaram em mim hoje.
aos que me deixaram no aeroporto (ou me ligaram ou deram sinal de vida bem na manha da viagem)... valeu de coração, mas doeu muito na hora e dpois. chorei a viagem inteira de bsb pra sp e quase n sinto mais meu rosto.
não existem palavras (pra mim) q sejam tudo q sinto... n importa na verdade, cada um sente o que sente e eu sei o q sinto e se a gente sente de um jeito q nos faz parecer um só pelo menos nesse momento é o q importa pra mim.
chorar é mó bom
mas aqui nessa sala de silêncio acho q n me cabe.

desejo a todos absolutamente tudo de bom. amo.
até breve,
nika

Quanto vale chorar pelo que ainda não sabemos o que vai ser? Posso chorar, pra aliviar essa coisa estranha que não sei o que é? Quando acordo e penso no tanto que ainda queria fazer (antes de perder a possibilidade de fazê-lo) e não posso, dá uma sensação de vazio estranha e daí não consigo sentir nada. Porque já dói um pouco de tudo há algum tempo e a mente pára de reagir direito. Por isso estamos
nós lá no carro falando sobre o sinal vermelho na altura da 5 q a gnt sempre pega fechado [e as lembranças escorrendo do meu e do seu corpo, mudamos de assunto assim a todo segundo, não conseguindo nos fixar num único... e tudo parece tão irrelevante e ao mesmo tempo tão importante que seja tudo mencionado]; aí você fala uma coisa tão forte no meio dessa água de beber, que sem aviso, [surpresa de mim para mim] solto um uivo, uivo de lobo que força a minha garganta de gente. E eu aperto os olhos liquefeitos e cubro com a mão, e minha boca num sorriso de choro escancara muda do som que não existe para o tanto que eu quero que ele seja.
Bate logo esse carro numa placa dentre essas todas da UnB, merda!
Merda, merda, merda!
E fosse só ela lá me fazendo chorar já seria o meu fim do mundo. Mas acho que não existe limite pro tamanho do mundo que o fim finda. Ou que não exista limite pro fim do mundo, como se sempre pudesse ser pior.
E esse é o meu fim de mundo; essa coisa de ver os outros chorar também e me fazerem acreditar que esse choro é tão real como foram os sorrisos e os silêncios nossos. Pra cada um de vocês eu sou uma, mas todos vocês pra mim são o meu mundo. E eu nunca senti isso tão bem, mal.

...

acordo preocupada com o tanto que tem q resolver coisa de passaporte e tal aí tou eu lá indo no secretário e no caminho encontro tantos alguéns e pra cada um eu tenho q explicar pq n vou tar amanha na aula nem pq a gnt n vai c ve no teatro nacional pra super atracao de sabado - tudo de bom pra vc vc tem tudo pra passar vc vai passar vo sentir saudades manda notícia - agora que vc falou eu pensei em quao triste vai ficar esse departamento sem vc - ai eu entro na secretaria e o secretário nao tá lá e tudo q consigo fz é deixar um micro bilhete sentimental pro semi-estranho q certa vez recitou um conto de um livro das cidades invisíveis pra mim botei o bilhete dentro do livro e pensei o que ele pensaria no dia q lhe entregassem lá o livro q eu meio que surrei. saio da secretaria e é todo aquele departamento que passa por mim fazendo figas mas as pessoas q eu mais qria encontrar não estão lá. mta coisa rola em meio a muitas coisas que nem pensam em rolar, o dia meio corrido e sem sexo definido às vesperas do abandono completo da rotina. encontro meu rique e ele conta da pulseira e engraçado pq os dois tivemos o mesmo desejo pulserístico e acho q n tinha como ter terminado melhor. meu lindo henrique vindo de longe e dpois os croissants de chocolate e a gente no banco e a gente chorando em palavras e meio q a ficha não cai e a gente reconhece e ri aí a parte da despedida vai doer mesmo quando eu olhar pra ele pensando q eh a ultima vez.. e ele vai, e me escreve da lua e fala q eh pra mim e eu fecho os olhos e vejo um turvo globo magico suspenso no céu. depois o q rola é eu indo no finzinho da capoeira e a roda e eu de calça jeans e fumaça querido falando q essa roda tem despedida e povo jogando e no final me mandando jogar e eu jogando mal e engraçado e desengonçada rindo assim um atras de outro comprando comigo e a musica de roda "boa viagem" e eu morro e páro e eu tento falar umas frases a boca seca não sei se de adrenalina ou tristeza e meio choro e vejo no outro lado da roda bellinha linda de branco chorando já e sorriso, o gogó de ouro fazendo piadinha meninão e meu fumaça lindo e o tanto que a capoeira me dá e aí a saída como qqr despedida e como todo desgosto... bella improvisando mil maravilhas pra mim e eu chorando no carro dela pelo terceiro dia seguido (não tem cabimento isso) e é - tchau, até sei lá quando. desco, subo as escadas e eu tou na porta da lu ai eu faço um comentario tipo - tem um arranhao na porta o visinho aí ela fala - é tá assim pq no transporte de um móvel [e tudo isso é linguiça enchida, que seja, vc sabe o q eu qro dizer] . - oi rafa, oi lu, e aí? - tudo bem? . pra quê. uma hora dps, eu e lu no carro, e toda a nossa história em um carro. foi mó primeira vez q eu chorei por isso com ela e foi mto................... . escroto. e pra finalizar esse dia altamente nocivo pra qqr cabeça marcos e pedro me visitam e marcos às 2 da matina me escreve msg e acabamos eu e ele chorando no seu respectivo apartamente ligados pela msm msg virtual - tão tudo menos só virtual. ai.

domingo, maio 18, 2008

mamusia

mundo horizontal, eu gosto de deitar a cabeça na mesa ao lado do prato do almoço que terminei. a gominha de limão suspensa pendendo pra dentro da água do copo de vidro arranhado, e através dele, ela em uma miniatura, cabendo dentro do copo, o vestido bége e o braço gordo. a mesa suspira e descansa quando apóio meu sono nela, e eu imagino que o aroma da madeira não se perdeu, mas se transformou no cheiro do almoço brasileiro. e ela personificada respira e pulsa [mesmo morta] no mesmo ritmo que eu, ainda viva, pulso. quando estou longe da madeira da mesa, descanso na madeira do chão, e nele crio as raízes eternas da minha vida primitiva. enquanto penso isso, Mamusia olha pra mim e vê a filha-madeira em carne e osso olhando pra ela de uma dualidade confusa e pessoal absurdamente humana.

fragmento do fim do mundo

É noite e venta à beira de um lago. De todos as suas margens vê-se a silhueta em pontos iluminados de uma cidade brotando rasteira do chão. Lua cheia, centro do céu, a fraca luz do céu nublado... e mais fraco ainda, um halo estático propagado a um raio de aproximados trinta metros do centro da lua: a auréola! do senhor guia das emoções humanas e das marés, suspensa bem acima da terra como se isolasse o espaço do desenrolar de uma história-de-momento, em um divino silêncio absoluto.
Em densos contornos, mais pesados que a escuridão na ausência da luz do poste, vê-se a figura de uma pessoa; e dela o calor irradia, e já só esse tanto de calor lhe parece bastar no cenário quieto. Criatura indefinida, ereta. Não se distingue seu cabelo preso num coque, e a sacola de pano no ombro se mescla ao pano da roupa, e nisto, a pessoa se torna parte da paisagem como um borrão no quadro de um artista perturbado. A criatura aguarda, mas parece aguardar em vão. Nada animado se move, não há vaga-lumes, as garças já há muito se recolheram e a cidade leva a vida madrugada de mais um cotidiano dia cansativo.
Subitamente ao longe, faz-se visível uma balsa branca e lenta. É a balsa do fim do mundo. Há nela pessoas rindo e bebendo; murmurinho de gente viva. A criatura à margem do lago então se move - leva a mão ao coque e solta o cabelo que derrama pelas costas para logo em seguida ser apanhado pelo vento e esvoaçar furtivamente. A balsa, cada vez mais próxima, penetra a bolha de luz lunar e o motor arranhado pára. O murmurinho cessa aos poucos. O condutor da barca ilumina a água com uma lanterna potente, procurando o cais que não se faz visível em momento algum. Mas de repente, como se nascida das trevas, surge a maciça estrututra de um cais de madeira que, a cada nova iluminada da lanterna mais comprido parece se mostrar. Nele um homem já aguarda. A balsa se aproxima e ele atira as cordas para prendê-la. Na balsa o movimento recomeça.
A pessoa à espera, dá um pequeno passo desajeitado em direção à água e desiste. Hesita em movimentar-se, mas parece não resistir a uma força maior que a atrai à balsa. Espera que alguém desembarque, que a chame ou reconheça, mas ninguém vem. E quando nem a lua mais parece aguentar esperar pelo inevitável, a pessoa, a passos largos desata a andar, alcança o cais, e a cada novo passo seu, pedaços do cais se soltam no movimento da água. As cordas já desatadas são puxadas de volta para o cais e o motor insuportável da balsa volta a trabalhar. Cabelo, muito cabelo, muito pano e medo, ela tropeça e num susto desata a correr para não perdê-la. A lua grita ao longe, mas sufoca no barulho. Seu escudo de silêncio estremece visualmente e assim que a balsa sai do isolado lugar sob efeito, a luz toda se volta contra a própria lua que estoura como um balão frágil; o vento morre e a cidade adormecida apaga, deixando assim a noite e todos que nela ficaram à porta do fim do mundo.

quarta-feira, maio 14, 2008

preto e laranja

achei um pêlo seu na meia que eu tinha botado pra lavar.
sei que é seu porque é enrolado e pq tá na meia q eu usei no dia que a gente se enrolou.

terça-feira, maio 13, 2008

dizemos mes (nós)

têm textos que ensinam a escrever outros textos.
mas o único texto que não lembro saberem ensinar é a poesia.
(...)


terça-feira,
dia de ter sol
fez,
mas fez
o dobro de frio
também.

terça-feira,
dia de rezar o terço
sem missa,
porque a missa
é melhor
no domingo.

terça-feira,
dia de capoeira
não fui e
morri,
pois sem ela
não posso viver.

terça-feira,
dia de ter olhos
sem terçol,
dia de ter boca
sem herpes,
dia de ter cabeça
sem lapsos desconexos
entre os impulsos neurológicos que não posso controlar.
...!!

despregar
e comer a folha do calendário -
a foto
do lindo jardim
(perfeitas flores!)
que não traduz
dia após dia
desse mês de quatro
terças-feiras.
quatro possíveis
e acontecidos em metade
desastres totais.

santa terça-feira!
nascida do fiapo de cabelo
mais maldito,
da criatura mais esperta,
da mais presente,
e a que menos desaponta.

terça-feira,
de todos sempre a melhor
me diz:
nada é só flores..
(mas disto eu já sabia!)
e digo eu -
não sabia era
da insistência em não acreditar
que só as perfeitas existem.

quinta-feira, maio 08, 2008

a arte de cuspir

Que cuspe mais lindo
Esse
Grudado na tela
Do meu monitor!
Multicolorido amplificado,
Indispensável coisa esquisita
Com lá umas
Vantagens de se ter
O quê com ela fazer.


(eu preciso mesmo levar jeito pra essa vida e começar a pensar sobre as coisas q devia tar estudando!)

quarta-feira, maio 07, 2008

fisioterapia bucomaxilofacial

só mandíbula torta mesmo, pra dictar as palavras que esclarecem a felicidade que tenho em ter conhecido esse senhor doutor! penso, tentando lembrar, qual foi a minha primeira impressão ao ouvir sua voz ao telefone respondendo "Estou aguardando", depois deu ter avisado q ia me atrasar muito. acho q imaginei um bandido total. um consultório terrorista, paredes de pedra e cadeiras mandíbulodesentortadoras, e parafusos saltando para fora, e ele à mesa, e um telefone celular... hahahaha!! que piada. que viagem doente essa minha.
chego lá pra descobrir o lugar que precisava e o cara com qm sonhei esse tempo todo. aquele incógnita, aquele q n deixa definir se é sério ou sarcástico ou distante... ou profissional. ou a pessoa que os pacientes querem q seja. talvez ele seja um pra cada um. (mas ele é tanto pra mim). gosto de pensar q ele é exatamente tudo isso; pelo trabalho q faz, por atender as pessoas q atende e por ajudar tanta gente. por me fazer feliz e por me machucar toda quando força a minha musculatura tão atrofiada e acostumada ao descostume de fazer mexer a ossada toda. por me envergonhar toda, quando me pergunta como foi o fim de semana esperando ouvir algo relacionado à mandíbulas e dores cranianas, para ouvir em resposta de uma palhaça-sem-querer que foi bom porque "reencontrei uma amiga que não via há algum tempo... e andei muito de bicicleta... e mal podia esperar pra voltar aqui pro seu tratamento agressivo". [oi, eu amo você.]
sem metáforas. crua e nua, burra, besta à béça. totalmente criança, totalmente apaixonada, totalmente esperançosa e entregue ao estranho: meu para sempre, querido (novo) flâmula, dr. Flânio T.C. E obrigada Carol pelos papos (que ainda hão de ser os mais legais de todos os tempos); obrigada Paulinho (sempre no diminutivo. e adoro assim) pela rubra e quente venda nos olhos; e obrigada claro, ao menino-homem que me manda ter juízo e fazer tomografias-facada, dos olhos caídos e jeito de quem domina o mundo
ao cara da melhor pegada do mundo!
hauehaiuehauieh
carimbos de batata para todos
(eu nunca vou entender pq diaaaaabos, eu mencionei essa baboseira toda de pala-pós-guerra-das-batatas-polonesas)
:D

segunda-feira, maio 05, 2008

escorrimento pensal

Acabei de voltar do dentista.
da dentista. Lembra aquela que eu chamava de burra por ela anestesiar mal?, a que sempre pegava no nervo e eu ficava com medo de perder a sensibilidade de verdade?!? [isso foi mto sério e marcante pra mim, ai agora sempre que lá volto, quase choro qnd vejo a agulha].
Esse ano ela ainda não errou e eu começo a achar que é porque estou fazendo a fisioterapia bucomaxilofacial, e de certo, a minha mandíbula voltou a ter uma disposição normal de músculos E nervos. Faz todo sentido.
Agora consigo pensar em mais coisas além da raiva dela, pq como não rolam mais malanesetias, penso na vergonha que sinto de tar ali com aquela profissional - preciso admitir - muito bonita. E penso também na neura que deve ser manter a higienização do local, ou quem são essas ajudantes dela (seriam cobiçadoras a futuras dentistas?) , ou se rola algum romance entre os dentistas de cabines vizinhas...
Vidas alheias. Sei lá.
Cansada do dia por vir. Preguiça.
Preguiiiiiiiiiiiiça!

domingo, maio 04, 2008

a estrada: o collie e as pedras

- Ó ali! Aquela agachada na beira da estrada de terra, ao lado do collie, tá vendo? Aquela sou eu.
Vamo lá, só cuidado pra não tirar muitas dessas pedras do lugar, se não ela fica puta. O lance é andar pela grama, com cuidado. Não que ela vá te arrancar a traquéia, é só que ela dá uma de maluca, senta ao lado do cachorro pra ver você passar e rosnam os dois de um jeito que dá até calafrio. - [And were jammin in the name of the lord;Were jammin (jammin, jammin, jammin)].
*
é invitável. sempre gostei de catar paus e pedras, mas agora, mais que nunca, cato tudo isso pensando nele. No cara em questão. [é ótimo, eu li Noites de Oráculo do Paul Auster, e peguei dele essa pala do dia em questão, e agora tudo pra mim é a pessoa em questão, a comida em questão, o problema em questão]. Para sempre agora as minhas pedras favoritas vão ser as negras, ou talvez só as arredondadas de um arredondado específico (que vc nunca me contou qual é), que produz o som específico. aquele que vc disse saber qual é de tanto que já ouviu.
E catando as pedras, reafirmo a minha saudade do que nunca aconteceu entre nós. Imprimo nesse tipo de pedra o meu sentimento e a sua imagem. E não há aí possibilidade de um dia fugir de você. Ainda bem..

sábado, maio 03, 2008

abandonei-te, mas deixei as pulseiras pra trás

(Não sei porque tinha tanta luz.) Tinha tanta luz que senti estar debaixo d'água. Era como se o dia estivesse gritando que está lindo - o Sol despejando essa luz sem cansar - e o ar refratasse cada partícula/micromedida de onda dessa luz; e eu e você fôssemos fantasmas feitos de aroma doce e hortelã. Aí não sei porquê, mas de repente estávamos no chão, a câmera também - e o chão parecia feito de calcário, e a branquidão obcena da cena fazia eu parecer amarela, e você, mais rosa que o normal. Eu segurava a sua mão, acho que não havia temperatura alguma entre corpo algum talvez pelo simples motivo de isso não se sobrepor às outras sensações que se faziam sentir... e eu sabia que isso tudo não podia ser, mas era tão bom... o seu cabelo excessivamente preto-petróleo me intoxicava e eu dopada olhando através de olhos semicerrados me voltei fitanto os seus olhos - tão tristes, sempre - e desabei em prantos, mas nenhuma lágrima saiu, e tudo, que estava tão sereno e ainda vivo, sem aviso começou a secar, e fez a mão que eu segurava parecer a guelra de um bacalhau salgado, e tudo, absolutamente tudo parou de fazer qualquer sentido. E você lá, deitado no chão meio areia, meio sol, meio água... lucidamente tão existente pra mim...
e a dor que eu queria sentir era tão grande!, ela queria se fazer real. Eu sabia que teria de te deixar pra trás só para aquela dor não me dilacerar em sonho também. E como quem deixa algo pra trás a fim de se forçar a voltar algum dia (e eu vou voltar sim)... tirei as pulseiras que você tantas vezes amarrou pra mim fazendo juras de amor e eternidade e deitei-as ao seu lado antes de me levantar e acordar chorando na minha cama em colcha de flores banhada de luz do sol e o cheiro do piano aberto sob o sol da manhã.
E juro que aquele dia estava tão lindo como o dia com o qual sonhei aquela madrugada, mas preferia não ter acordado pra descobrir que você realmente estava longe de mim.

Por hora.